Impregnada pelo negro, insisto no trabalho sobre o papel enquanto aguardo por uma fresta que permita que o não-visível se apresente. Ocupo-me desse processo. Ele torna relevante a experiência de investigar o espaço ao meu redor. Há o embate das linhas, quase sempre incisivo, e a presença da matéria – elementos que acolho para o registro do meu trabalho.
Minha expressão se desenvolve através de duas linguagens, a pintura e o desenho, que convivem em relação estreita ao mesmo tempo que estabelecem-se de forma autônoma. Tanto uma como a outra disponibilizam meios para que em minha produção eu explore o cotidiano e o mundo ao meu redor. E assim, sob um olhar detido em diferentes espaços, observo, de maneira nada hermética, as influências e as relações capazes de desafiarem a minha vivência com a arte.