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Museu de Arte Contemporânea de Campinas

2016

Grupo Pigmento

Uma das características do meu fazer de artista é também uma das questões que mais me atrai para a arte: a experiência do presente plasmada na tela, no papel ou em outro suporte.

Essa experiência pode ser um gesto ou uma elaboração de imagem. O que os trabalhos têm em comum é o registro do instante ou da presença do meu fazer.

E mesmo sendo uma condição importante na realização das obras, o instante se apresenta como concentrador de energia, e por isso, pensar nele como registro de um ato heroico seria um equívoco.  Antes de tudo, a ideia da experiência do momento se deixa ser simplesmente aquilo que é possível: ser experiência condutora de potências e igualmente de vazios: ou seja, uma tentativa.

As obras, mesmo que ‘precárias’ em suas representações, mostram-se possíveis de existir, como transposições importantes para a próxima travessia; isto é, a próxima obra.

Para a proposta de uma exposição de trabalhos com caráter experimental – como foi a ‘provocação’ que o curador apresentou ao Pigmento – trabalhei ineditamente com um grande rolo de papel onde pude criar a experiência de representar minhas tentativas, quase sempre tentativas de criar um lugar. Fui surpreendida com o ritmo que as imagens ganharam quando finalmente vi o papel desenrolado. E encontrei no rolo de papel uma ideia contígua à ideia de novelos de lã – também representados nos meus trabalhos expostos aqui.

Há no ineditismo da ideia desta exposição o reencontro de linhas da minha pesquisa com a possibilidade do ‘rolo de artista´ continuar a existir como forma que encontrei para o conteúdo que tento elaborar.